Sensualidade, erotismo e representação explícita ou implícita dos órgãos sexuais podem ser encontrados em muitos tempos e lugares. Basta lembrar da famosa escultura, Davi, um personagem bíblico retratado totalmente nu por Michelangelo. Ou então da pintura O Nascimento De Vênus, de Sandro Botticelli, que mostra a deusa romana do amor enfiando o cabelo na “perseguida”.
Mas a tradição pornográfica e sua censura apareceram pela primeira vez na Itália do século XVI e na França e Inglaterra dos séculos XVII e XVIII. Apesar disso, a palavra pornografia foi surgir apenas no século XIX. A pornografia passou pela literatura, pintura e escultura durante o Renascimento e a Revolução Francesa na Europa mais pra “meter o pau” nas autoridades políticas e religiosas que viam os autores “obscenos” como hereges. Mas conforme a pornografia foi ganhando espaço no mundo, ela foi cada vez mais virando uma mercadoria.
Em particular o cinema fez da pornografia algo mais atraente ainda. O ponto inicial do cinema pornô é difícil de definir exatamente, até porque ninguém achava isso um marco importante ou interessante de se lembrar. Mas da pra citar alguns nomes, como Free Ride, um filme de 1915 sobre um cara que dá carona pra duas meninas, mas acaba se aproveitando delas no meio de um deserto. Esse filme provavelmente não foi lançado comercialmente nos cinemas, era exibido principalmente em bordéis.
O primeiro filme pornô a ganhar as telonas foi Mona, a ninfa virgem. De 1970, essa história sexual conta sobre uma mulher que quer permanecer virgem até o casamento. Mas a safadinha é fascinada por sexo oral e faz boquetes pra qualquer cara ou mulher. Depois dessa, outras produções, consideradas clássicas hoje, trouxeram orgasmos aos espectadores do cinema pornô, como Atrás da Porta Verde, de 1972. Fala sobre uma mulher que é sequestrada e levada a um estranho clube de porta verde no qual ocorre uma grande orgia. No mesmo ano é lançado o famoso Garganta Profunda. O filme, cujo nome remete a um estilo de sexo oral, fala sobre uma mulher infeliz que nunca conseguiu ter um orgasmo. Ao consultar um especialista, ela descobre que seu clitóris está estranhamente localizado no fundo da garganta! A partir daí ela sai em busca de um homem bem dotado que lhe penetre profundamente a garganta para que ela possa finalmente gozar como sempre quis.
O Diabo na Carne de Miss Jones, um filme de 1973, é sobre uma mulher de meia idade que se suicida e, ao chegar no inferno, tem a opção de viver novamente, só que dessa vez de acordo com o pecado da luxúria. O Diabo na Carne de Miss Jones teve várias continuações, sendo a sexta, O Novo Diabo na Carne de Miss Jones, lançada em 2005. Haja inferno!
A clássica e quase interminável série francesa de filmes protagonizados pela personagem Emmanuelle, apesar de ser considerada mais como erotismo do que pornografia, não poderia deixar de ser comentada. O primeiro, Io, Emmanulle, que teve muito sucesso na França, foi lançado em 1969 e o mais recente, Emmanuelle Tango, é de 2006. No total são mais de 50 filmes!
Por Henrique Tobias
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